terça-feira, 26 de junho de 2012
Para uma menina que se acha feia, tendo em si todos atributos de beleza
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Quando vi...
Bom, neste blog que não informa, não forma, não instrui nem salva, que pelo menos seja a cota de cultura inútil semanal à qual cada um tem direito para fugir da rotina.
Segue um poema feito ano passado:
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Ampulheta
Ampulheta
Quantas horas tem o dia de alguém que ama?
Sobretudo aquele amante inveterado, para o qual tal estado - o de estar amando - é parte essencial da vida.
Como corre seu tempo em função do sentimento?
Quanto dura uma hora?
Horas para quem a distância, impiedosa, rouba os sublimes instantes de aconchego nos braços amados;
E um minuto? Quanto tempo leva?
Dias àquele que à noitinha aguarda, velando a porta, o retorno do outro que também conta traço a traço os meses no relógio, ansioso em dissipar o cansaço nos lábios amorosos de quem o espera;
E num segundo? Quantos momentos?
Árduos anos para quem quer ouvir a imediata resposta do amor que a outrém acaba de ser revelado;
E o instante como contar?
Milênios unilaterais de sonhos para aquele que sorri na alegria do ser amado. Que chora quando o sofrimento assola os arredores do coração daquele a quem se ama.
São diversas viagens na eternidade com os amores tímidos que seu mundo encarrega de tornar possível. Mas só no seu mundo.
Eu já nem conto o tempo. Sei que ele implacavelmente caminha pé ante pé. Na verdade ele corre em passos largos, distantes e rápidos; e em cada passo um devaneio.
Aonde ele vai com tanta pressa? Parece correr de algo, ou alguém...
Ele corre de algo, ou atrás de algo?
Apesar de rápido, em se contando a larga estrada que percorre parece que nunca partiu de onde foge ou que nunca vai chegar aonde deseja.
Em meu peito uma bomba. Uma bomba relógio. Em meu peito uma bomba relógio regida por este tempo ligeiro e estagnado. Este tempo dos amantes que discrepa da realidade, mas afiniza-se com a infinita verdade de cada universo que pulsa.
Não me perguntem quando escrevi porque não lembro. Já tem muito tempo... e levei tanto tempo para concebê-lo...
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Introspecção
Introspecção
Deixa senhor, cantar a caridade!
Despeja neste rosto encanecido de vergonha omissa
A benção da sublime humildade
Do amor e da bondade inteiriça.
Mas permissão de há muito já é dada
A venda iníqua é que ínfima tapara
A vista jovem enganada e já cansada
De olhar e não amar ao ser que a solicitara.
Perdoa-me senhor!
É esta ignorância que ainda se faz presente
Faz negar a um irmão o meu amor.
Ó Pai amado, ilumina minha mente
Mas pare! Pense, criatura inteligente!
O perdão do Pai é sempre pronto a ser dado
A culpa é nada mais que o apelo de tua mente
A não negar o amor que há de ser doado
Agora vá! Trabalhe, sorria!
Não lamente os dias de tua desventura
Dê aos corações desconsolados a alegria
Só assim ascenderás à vida pura.
23 a 27 de Outubro de 2000
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Canção do sonho intocável
Canção do sonho intocável
Sonhar traz-me a realidade
A simples realidade de viver
Sonhando em um dia ser verdade
O lindo sonho de em teus braços me perder
Indo agora à terra das moléstias
Nobre vulto vem-me incólume ao auxílio
Os olhos cerram em se vencer as trevas
E o silêncio furta o verbo diante de Virgílio
Ó Deus! Ouve Senhor o meu clamado
Sou Dante em minha busca incessante
De poeta humilde ao ser amado
Dá-me força para seguir adiante
Mar de sentimentos
Atravesso a remo em paupérrima jangada
Em meu peito bate minha rosa-dos-ventos
E guia-me sanando-me os tormentos
Ante visionário devaneio
Do triste, simples, tímido platonismo
Da quase impossível chance que permeio
Rendo-me ao teu puro e inocente hipnotismo
Rendo-me ao teu encanto
O dom de afinar-me não me apraz
Mas por ti canto e canto!
Perdoe-me mas só assim fico em paz
Amor minha bela flor
Não, flor não lhe é justo
És toda beleza do amor
E rendo-me ao teu semblante augusto
Marcos de Oliveira Melo
(Acho que ela é de 2001)
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Embevecido
Embevecido
Mente ébria de acordes
Acima, manto negro salpicado de idéias cintilantes
À frente, mar inquieto compondo palavras soltas
Ao rosto, traz o vento, além de afago, lembranças e desejos...
A cada suspiro de uma corda
Bafejos de versos irrompem a alma
São olhos fitando luzes
Tarsos em doces carícias
Tudo agora é meu mundo
E meu mundo é tudo que vejo
Se o que vejo é verdade não importa
O que importa é que o sentimento é verídico
Marcos de Oliveira Melo
01/03/2001
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
O Banquete
Um texto de minha autoria escrito em 2003 (se não me falha a memória).
O Banquete
Está minh’alma aqui nua e posta
Entregue, dada, estirada à mesa
Noutro episódio passional exposta
Dá banquete à tua doce beleza
Musa Euterpe vem beijar a fronte!
Abre a mente e dilata o verso!
Arqueio para saciar em tua fonte
A sede algoz e me vejo submerso
Ah! Refazente e saboroso néctar
Transcende o byte, o papel, a tinta
Rasga minha voz com o poder de versar!
Infame medo, te afasta a unha!
Esconde a face ademais exposta
Pois quero amar como nunca supunha