quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Introspecção

Fugindo à tendência de textos de amor que até agora lançara (para não parecer até que vivo em estado constante de contemplação de musas ou perenemente amando platonicamente), posto agora este texto de caraterística mais sublime (ou pelo menos uma tentativa de) no que diz respeito ao sentimento.Enquanto divagava sobre as desigualdades sociais e as disparidades entre discurso e prática, escrevi este poema que parece uma prece. Na verdade um diálogo que ao leitor menos atento escapa o detalhe, o leitor mais curioso percebe e o mais aguçado transcende.


Introspecção


Deixa senhor, cantar a caridade!

Despeja neste rosto encanecido de vergonha omissa

A benção da sublime humildade

Do amor e da bondade inteiriça.


Mas permissão de há muito já é dada

A venda iníqua é que ínfima tapara

A vista jovem enganada e já cansada

De olhar e não amar ao ser que a solicitara.


Perdoa-me senhor!

É esta ignorância que ainda se faz presente

Faz negar a um irmão o meu amor.

Ó Pai amado, ilumina minha mente


Mas pare! Pense, criatura inteligente!

O perdão do Pai é sempre pronto a ser dado

A culpa é nada mais que o apelo de tua mente

A não negar o amor que há de ser doado


Agora vá! Trabalhe, sorria!

Não lamente os dias de tua desventura

Dê aos corações desconsolados a alegria

Só assim ascenderás à vida pura.


23 a 27 de Outubro de 2000


"É uma conversa com Deus? Com Jesus? Com Krishna? Com Alah?"
"É um diálogo com sua consciência?"
Qual a opinião de vocês, meus queridos leitores, sobre este texto?

2 comentários:

  1. Eu aposto na alternativa de um diálogo com minha consciência, consequentemente aposto em um diálogo com Deus tb.
    Mas penso que tb pode ser um diálogo entre alguém(s) que precisa falar e outro (s) que precisam ouvir.

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  2. Pelo caminhar, tenho observado e aprendido que por tras de uma expressão de culpa ou humildade induzida, há um narcisista, ainda que essa seja apenas uma defesa. O narcisismo tras uma questão com a auto-estima.
    Mas nos importam as dificuldades quanto a isso nesse momento? Não! O que importa é, quais são as possibilidades. O como integrar tudo o que faz parte de cada um de nós que em algum momento foi "desintegrado". E assim... Contatarmos o self verdadeiro...

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