terça-feira, 26 de junho de 2012

Para uma menina que se acha feia, tendo em si todos atributos de beleza

D’onde tiras a idéia da feiúra?
Onde nutres a baixeza da auto-estima?
Se nos olhos que vos olham só despertas
Um enlevo de fitar vosso carisma

Se não és o esqueleto que desfila
Ou a boneca torneada que rebola
Não diz isto que a beleza não é tua
Pois tú és uma pessoa e não uma forma

Só me digas a que miss atribuíram
O título só em fitá-las nos olhos
Pois se vissem o âmbar de tuas vistas
Tú serías a eleita sem receio

Nem falarei do rosado do teu rosto
Das maçãs opíparas da face
Que ao contorno do sorriso amadurecem
Mas a serpente do Édem não oferece

Não, não aches minhas palavras generosas
Só discorro sobre aquilo que percebo
Das duas: ou eu preciso de oculista
Ou então eu não enxergo só com os olhos

Tú esqueces ainda que beleza
Não compõe-se apenas do externo
Que o teu coração que é tão terno
Irradia de virtude e de nobreza

Eu afirmo no final desta missíva
Que tú és muito mais bela que imaginas
Se não credes, não importa o que digas
O fato é fato para aquele que suspira





Marcos Melo
Terça-feira, 5 de dezembro de 2006, 19h57min

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Quando vi...

Depois de um longo tempo, resolvi retomar as atividades deste blog de poemas... Alguns me acompanharam na breve vida que ele teve anteriormente e muitos se foram neste período em que ele estava adormecido. Com novos projetos de vida, volto a postar as divagações, loucuras, contemplações, louvores e indignações.
Bom, neste blog que não informa, não forma, não instrui nem salva, que pelo menos seja a cota de cultura inútil semanal à qual cada um tem direito para fugir da rotina.
Segue um poema feito ano passado:

Quando vi, já era tarde
A casa estava aberta
e tudo que eu tinha havia sido roubado
Levaram meus sonhos
Levaram meus anseios
Levaram meus desejos, meu ânimo, meu carinho

Eu abri a porta para eles!
Nem a hospitalidade sincera,
Nem o consolo das tristes horas
Nem a festa surpresa
Nem mesmo o café que fiz como ninguém o fizera
Foram suficientes para tocar-lhes o coração...

E então, com a casa vazia de tudo
Sentado no meio da sala
Olho um par de alianças deixado pra trás
Que não o levaram porque não viram
Ou talvez não servisse para eles
Eu penso:
... Nem pra mim ...

Marcos Melo
30/06/2011